Mostra Limite

Dentro das infinitas possibilidades que a sétima arte apresenta, o curta-metragem talvez seja a maior síntese desse potencial: o formato que permite mais ousadia, mais experimentação e, sobretudo, mais rebeldia. Em essência, o curta é um laboratório de cinema que se reinventa permanentemente.

Com o surgimento das mídias digitais, as fronteiras entre o cinema e outras artes visuais se tornou mais porosa. O que se destina à sala de cinema? O que se destina à galeria de arte?

O Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo sempre ofereceu uma janela para esses trabalhos mais ousados, menos literais, buscando o diálogo entre obras de todos os gêneros. Este ano, esses questionamentos são levantados em um novo programa, que pela primeira vez reúne curtas brasileiros e estrangeiros ao lado dos Programas Brasileiros e das mostras Internacional e Latino-Americana; a essa nova seleção, nomeamos LIMITE – uma referência ao filme de Mário Peixoto, um divisor de águas do nosso cinema no que toca a exploração das possibilidades visuais, das técnicas experimentais e das variações rítmicas do filme.

No primeiro programa, O Movimento das Coisas, corpos, formas, texturas e espaços redefinem fluxos e deslocamentos, construindo novas experiências visuais. O segundo é dedicado aos iconoclastas, com filmes que revisitam e ressignificam símbolos e signos, rompendo com conceitos e tradições. Por fim, Poéticas do Comum – um exercício do olhar sobre o cotidiano, revelando impressões particulares sobre um imaginário latente.